Precarização e baixa mobilização da categoria foram alguns pontos do debate
No último dia 16 a AASPSI Brasil, em parceria com o Conselho Regional de Serviço Social (Cress-PI) realizou uma reunião virtual com assistentes sociais e psicólogos que atuam na área sociojurídica do Piauí. Representaram a Associação a segunda tesoureira, Ana Maria Gomes Bertelli, as conselheiras consultivas Arlete Benedita de Oliveira e Fátima Eugênia de Araujo e a assistente social e membro do Conselho de Especialistas Elisabete Borgianni. O Cress-PI foi representado pela conselheira vice-presidente, Fabiana Almeida.
O objetivo da reunião foi conhecer um pouco sobre a realidade de trabalho e de organização da categoria nos diversos espaços que compõem o sociojurídico na região, além de apresentar a AASPSI Brasil e falar da importância da união e mobilização dos assistentes sociais e psicólogos na atual conjuntura. Para iniciar a conversa, Ana Maria falou um pouco sobre as reuniões que a Associação tem realizado com equipes profissionais de várias regiões do País e o que temos observado em comum: excesso de trabalho, falta de concursos públicos para suprir os quadros defasados, locais com condições de trabalho precárias e a sensação de que a área sociojurídica é pouco visível, com espaço restrito inclusive nos conselhos profissionais.
E pelos relatos dos participantes da reunião, a realidade no Piauí não é diferente. A sensação de solidão no local de trabalho, a falta de um espaço de troca de experiências, a desunião da categoria também são desafios presentes naquele estado.
Algumas das preocupações relatadas pelos participantes, nas quais gostariam de contar e contribuir com a associação: luta por concursos, elaboração das atribuições profissionais em cada espaço que compõem o sociojurídico, o uso cada vez mais frequente dos bancos de peritos e a precarização da profissão.
Elisabete e as demais diretoras apontaram que com o crescimento das politicas neoliberais e as consequentes crises econômicas a realização de concursos públicos serão menos frequentes e o uso de bancos de peritos e servidores cedidos ou terceirizados será cada vez mais adotado. A luta contra a terceirização e precarização tem que continuar, mas de forma a envolver estes profissionais precarizados e não dividindo a categoria. Uma das premissas da Associação é a trabalhar pela capacitação em massa como forma de combate à precarização e à formação superior fraca. Quanto mais os profissionais tiverem acesso ao conhecimento, à troca de experiências e à uma formação sólida, mais a categoria se fortalece, engrossando a luta por melhores condições de trabalho e pela justiça social.
Para que este projeto possa ser possível é preciso combater um mal cada vez mais presente no Serviço Social e na Psicologia: o baixo índice de mobilização da categoria. Vivemos um momento de conjuntura dura, de ataques constantes à classe trabalhadora, de reformas administrativas e previdenciárias que retiram direitos historicamente conquistados e minam as forças do sindicalismo, trazendo a divisão e o individualismo entre os trabalhadores.
Assim, as diretoras convidaram os profissionais a se juntarem à Associação neste ideal. É importante associar-se para podermos pensar ações e fortalecermos o sociojurídico no Brasil. Deliberou-se que a AASPSI Brasil e o Cress-PI estreitem a parceria e juntos possam pensar cursos rápidos e temáticos de capacitações, webnários e outros tipos de eventos que levem conhecimento e aos mesmo tempo representem espaços de aproximação entre os profissionais.